São 420 milhões de pessoas. 22 Estados-Membros da UE, de um total de 27.
Nos últimos meses, pudemos novamente reconhecer a liberdade que este espaço nos tinha dado.
Muitas vezes, só damos valor às coisas que temos quando as perdemos.
E 12 semanas de restrições puseram em destaque aquilo que tínhamos como garantido.
Evidentemente, para evitar a propagação do vírus, proteger os nossos sistemas de saúde e salvar vidas, os Estados-Membros tiveram de tomar medidas drásticas.
Muitos de nós ficámos fechados nas nossas casas, nas nossas vilas e cidades, e dentro das fronteiras nacionais.
Mas o nosso desejo de regressar à normalidade, até mesmo a uma «nova normalidade», nunca esmoreceu.
Até aumentou.
Em 35 anos, a liberdade de circulação tornou-se parte da nossa vida quotidiana. Parte do que somos, enquanto europeus.
O vírus lembrou-nos o que era a Europa sem liberdade de circulação.
Basta pensar que, há 35 anos, milhões de europeus na Europa Central e Oriental não tinham liberdade para circular, liberdade para sair do seu país.
Este momento foi uma lembrança do passado e do que nunca deverá ser o nosso futuro.
Agora, lentamente, estamos a recuperar as nossas liberdades.
Estamos a recuperar o que tínhamos momentaneamente perdido.
Na semana passada, recomendei aos Estados-Membros que pusessem termo aos controlos nas fronteiras internas que tinham sido reintroduzidos devido ao vírus.
E a partir de 15 de junho quase todas estas restrições terão sido levantadas.
Não há melhor prenda para celebrar o aniversário de Schengen.
À medida que a Europa começa, lenta mas seguramente, a movimentar-se de novo, quero que uma coisa fique muito clara.
O Acordo de Schengen nunca foi tão importante como nos últimos meses.
Os Estados-Membros trabalharam em estreita colaboração, sob a orientação e coordenação da Comissão Europeia.
Assentes nos sólidos alicerces das regras de Schengen.
Regras aplicadas por cada um e em benefício de todos. Estas regras mantiveram os bens essenciais a circular. Trouxeram os alimentos para a nossa mesa de jantar. Providenciaram as luvas e as máscaras para os nossos médicos e enfermeiros que combatiam o vírus. Entregaram respiradores para doentes, lutando pelas suas vidas.
Pudemos trabalhar em conjunto de forma tão eficaz, graças à confiança construída ao longo de 35 anos de livre circulação.
E é esta a liberdade e a amizade que estamos a festejar.
Schengen passou num exame importante.
Feliz aniversário e venham mais 35!
Ylva Johansson
Informação detalhada
- Data de publicação
- 13 de junho de 2020
- Autor/Autora
- Representação em Portugal